Pois bem, durante o debate de ontem (26/08) exibido pela Band, anotei alguns pontos:
Dilma – Na esquiva de perguntas que comprometeriam os eleitores que, suponho pense, já são fidelizados com essa lavagem cerebral que há no conforto de ter alguns trocados no bolso – suficientes pra que estejam fora da linha da pobreza e ela vista como “a favor do povo” – fez uso de estatísticas sabe lá deus aprovadas por quem ou talvez inventadas por ela mesma no ato. Típico. Não sei ao certo se ouvi um discurso de uma presidenta que deveria, por mera humildade, reconhecer seus erros durante os 8 anos de mandato, ou se ouvi o bingo da igreja valendo 8 milhões de empregos, 50 milhões de pessoas alfabetizadas e um ferro da Blacker & Decker. Quem dá mais? O que deveria ser uma oportunidade de apresentar propostas de evolução, se tornou mais um repetitivo ensaio a favor da cegueira. Tal igual, uma propaganda da Polishop “Mais médicos, pronatec, fies, mais educação” tornou-se um jingle na minha cabeça que, eu juro, se ela for reeleita, vou cantar na porta de sua casa no Natal.
Uma outra coisa que eu não entendi foi porque ela se vangloriou do aumento do salário mínimo em uma época delicadíssima, em que a inflação está quase no teto previsto pelo IPCA e o Brasil tem o mais baixo crescimento em relação aos países emergentes calculado pelo FMI dos últimos 3 anos. Do que adianta uma maior quantidade de dinheiro, um reajuste arbitrário, se tudo aumenta junto? Na minha infância, eu ia ao cinema com 10 reais, assistia o filme, lanchava com direito a um churros. Hoje, por mérito meu, vou com 50 reais. E quase nunca tenho dinheiro pro churros. Isso me chateia! Brincadeiras à parte, isso é claramente tapar o sol com uma peneira.
Querida presidenta, isso aqui está uma zorra! Pare de fingir que está tudo bem, que estamos evoluindo, e principalmente que devemos continuar assim. Os elogios que diz em frente ao espelho – ou aos seus parlamentares – não servem de nada. Admitir que estamos com problemas, e dos graves, não é nem de longe a solução, mas com certeza é o primeiro passo. Eu RECONHEÇO as coisas boas que você fez, mesmo não sendo favorecida; eu vi. Mas CONTINUAR definitivamente não é mais uma opção. E também ainda guardo mágoas por não ter comprado a Copa.
Aécio – Levanta a bandeira de uma política inovadora. Um novo caminho. Não vou mentir que o foco no aumento do capital é algo que muito me estima e, concordo bastante, que esteja mais perto do MEU ideal social. Assim como admitir Armínio Fraga como ministro da fazenda, que foi recentemente cotado para presidir o banco central do Estados Unidos. Ser American Boy não é nosso sonho, afinal?
Gente, sejamos francos, independente de qual sua moral, seus princípios, seus anseios, é o dinheiro que rege o mundo. É foda, mas é a vida. E nós precisamos de dinheiro. Não de uns trocados, mas de dinheiro mesmo. Então, precisamos que o dinheiro se movimente aqui dentro, precisamos de uma política macroeconômica. Claro que é inevitável, como toda boa brasileira nascida com esse jeitinho escroto de tentar se dar bem, não pensar que ele se eleito vai criar uma máfia que vai controlar toda economia do país PRO MAL. De repente, como um filme na minha cabeça, vejo a cena “3 anos depois de eleito” e o país cinzento, destruído, pessoas vivendo alojadas, catando lixo e, não muito distante dali, um palácio, uma cidade criada pra alimentar e satisfazer a minoria parlamentar e seus simpatizantes. Uma nova Brasília. Nesse caso, também imagino o Aécio sentado em um trono de ouro. Mas, bom, isso são só hipóteses.
A questão é que eu ainda acho que vale mais a pena apostar em uma política econômica, mesmo que nos tornemos – ainda mais – fantoches do capitalismo. Desculpa, gente. Mas eu amo ter um iphone 6 plus com meu nome cravejado em diamantes. E eu sei que você também porque enquanto continuarem se vangloriando por terem trocado um punhado de dinheiro por um bem material, fazem parte do sistema. Afinal, ter um produto que custa 2 mil reais, ainda é ter um produto. Você não pode chegar na padaria e pagar com seu produto, tampouco “ir descontando” do valor dele. Ou seja, isso NÃO É ter dois mil reais. É só ter a porra de um produto.
Marina – Eu ainda estou esperando ouvir suas propostas, como Eduardo Campos. Não sabia que para se tornar candidata bastava usar palavras de impacto, embora Eduardo Campos usasse. Sendo assim, eu já poderia ter sido eleita, como talvez fosse Eduardo Campos. Educação, segurança e saúde deveriam substituir o ordem e progresso da nossa bandeira, Eduardo Campos certamente concorda. Afinal, já é o bordão dos candidatos, até mesmo do finado Eduardo Campos. Gostaria de ter ouvido mais da candidata que ganhou a simpatia do povo, graças a Eduardo Campos, pra ver se tem mais em comum com a Frida o espírito guerreiro do que a aparência. Aposto como Eduardo Campos também ia querer. Sinceramente, não estou afim de ter meu pé puxado à noite – coisa que a candidata não se preocupa nem um pouco – portanto, não vou mais despejar as memórias de Eduardo Campos. À propósito, Marina tem fantásticas ideias socioambientais e, mesmo eu sendo a favor do desenvolvimento econômico acima de tudo, acho que devem, sim, ser aplicadas. Assim como, tem Eduardo Giannetti, seu guru no que tange a política econômica, com ideias muito semelhantes as do Aécio. Pasmem. Sabem quem enfatizou isso durante o debate? Ela mesmo, a Lucilouca.
Pra completar o circo, tivemos a Luciana Genro, desvairada anti-capitalista que quer colocar o Banco Central na mão do povo. Lucilouca, querida, todo mundo já viu O Assalto Ao Banco Central. Imaginei-a explodindo o banco e dizendo “Pega o teu dinheiro, negradis!”. Ao mesmo tempo que quer valorizar o funcionário público, que é pago com nosso dinheiro. Quer falar abertamente sobre as drogas com os jovens, mas é contra a legalização da maconha. A mulher até que fala bem, mas é um poço de contradição.
Daí tivemos o Levy que dentre tanto absurdos que balbuciou – quando se deu ao trabalho de terminar as frases – disse que cada cidadão deveria poder ter uma arma de fogo EM CASA pra SE DEFENDER. Ou seja, isentou o governo de qualquer obrigação com a segurança, armou o pobre pro combate e achou que estava tudo lindo. Até porque nós temos, sim, essa educação de portar arma, não né? Um político que fala isso, sinceramente, sequer teme pela própria vida porque na primeira manifestação que houvesse em seu mandato viraria tiro, porrada e bomba.
Mas pra mim, o prêmio sem noção da política ficou com o Pastor. Foi uma coletânea de disparates cuspidos ao vento. Contra o casamento gay porque está na bíblia, contra o aborto porque jesus disse. Apoia a redução da maior idade penal porque “não roubar” está entre os mandamentos. Tudo bem que eu já sou muito chata quando se trata de gente assim – alienada no meu ponto de vista – mas, nesse caso, qualquer criatura poderia entender as asneiras que esse cara falou. Se ele ganha seus fiéis (??) na igreja (culto?) agindo dessa forma e lhes tira o dízimo (ou qualquer outra nomenclatura pra “dinheiro dos outros”), eu me enforcaria se ousasse generalizar isso no Brasil. Sem falar da proposta “todo brasileiro que ganhe até 5 mil reais não vai pagar imposto”. Mas, pera aí! ALGUÉM tem que pagar esse imposto, não tem? Quem será a próxima vítima agora? A classe média, claro. A classe média, sempre. Entre a felicidade de não terem nascidos tão mal de vida e/ou terem conseguido POR MÉRITO o que tem, há também a desgraça de não serem ricos o suficiente pra não reclamar – tanto – dos altos impostos. Ou seja, quem conseguiu o que tem porque mereceu vai ter que pagar pra quem não teve a mesma oportunidade por descaso do governo que se exclui da obrigação de manter uma boa condição pra classe mais baixa. Deu pra entender? Isso é um assalto, porra.
E teve o Eduardo Campos, opssss… Desculpa, mal de Marina. Então, teve o Eduardo Jorge que é do Partido Verde e a favor da política do paz e amor. E eu não ouvi mais nada além disso, mas imagino que seja algo a ver com Woodstock.
Não vou me prolongar porque, sinceramente, esse assunto me faz torcer o nariz. Primeiro porque me enoja a forma reclusa com que as pessoas se colocam, se abstendo de pensar e simplesmente copiando a opinião de alguém que lhes agrada – ou que mais fizer uso de palavras “de impacto”. E como comunicadora eu bem sei o poder das palavras e como usa-las ao meu favor a fim de ter mais curtidas do que opiniões ao fim do texto. Francamente, não faça isso. Se agora escrevo é porque eu quero que você, por favor, pense. E discorde se lhe convir, reaja, fale, discuta. Nade contra a maré de gente satisfeita com a ideia mastigada, que vem de mão beijada. Eu não tenho a menor pretensão de estar certa, essa é só minha opinião. Paz e amor é o que eu quero pra nós.
Vlw, flws!