Senti meu coração tão apertado que decidi te escrever. Eu não consigo entender, e sequer explicar, a gente. Sei que tínhamos tudo pra não termos passado de um mês, de um caso, mas ainda estamos aqui. Eu mudei tanto que me assusta, você mudou tanto que ainda me surpreende. Mas ainda estamos aqui. Porque acho que dentre esse caos, essa metamorfose, a gente encontrou algum jeito (que às vezes falha, é claro) de se ajudar. Eu que nunca tive sorte, já nem conto nos dedos quantas vezes agradeci por ter tido você. Logo eu, que sempre fui tão cética, às vezes me pego pensando se não há uma razão por trás disso além da minha compreensão. Aprendi muitas coisas contigo e sobre ti, mas principalmente a respeitar que, às vezes, você tem decisões completamente racionais (ou talvez você simplesmente não sinta). Eu já fui assim. Então, percebo quando me dou conta disso que fui assim porque nunca havia me sentido desse jeito. Eu sempre estive do outro lado. Do seu lado, eu acho. Nunca amei, nunca sofri, nunca chorei, nunca me apeguei. E fui feliz, te juro. É mais fácil assim, a gente ergue um muro invisível tão forte que nem a melhor das intenções derruba. Mas não troco esse lado de cá por nada! Você mudou a minha forma de enxergar a vida, e não porque foi a melhor pessoa do mundo pra mim, mas porque eu tenho certeza que isso me fez uma pessoa melhor. Só não pra ti. E me dói muito não ter podido te despertar isso, de verdade. Me dói muito que você não tenha querido tanto quanto eu sair de cima do muro. O tempo que nunca foi justo comigo, agora faz piada da minha rotina. Quis tanto te esquecer que até perdeu a graça. Eu não vou conseguir ficar numa boa sabendo de você com alguém. Mas isso é um problema meu, e não seu. Vai me doer muito mais lidar com a falta que você faria em minha vida, com o fato de ouvir de terceiros sobre ti. E por isso ponho de lado toda esperança, vontade, joguinho e orgulho pra que a gente possa continuar junto. Uma parte de mim nunca vai me perdoar por ter permitido essa amizade, mas sempre tive problemas com essa parte. É a mesma que me diz nas entrelinhas que você sente qualquer coisa por mim que seja mais do que só amizade. No entanto, outra parte de mim continua me dizendo que você vale a pena, do jeito que for. Você só vale a pena. E eu tento manter esse pensamento em segurança, então eu vou torcer por ti e vou lidar com isso até que passe. E vc nem vai perceber, te juro. Você me fez bem. E eu me sinto em dívida contigo; quero te fazer bem também, mas talvez eu nunca consiga ser a pessoa que você espera/quer. Sei disso porque se você não me ama é porque não consegui te convencer que EU valho a pena. Eu entendo, te juro. Já estive desse lado aí. Não é culpa sua nem minha. Faz parte… não muda como me sinto, inclusive. Eu já sabia que ia ser desse jeito e mesmo assim permiti que esse sentimento fortalecesse. Prefiro ter amado ao extremo, ao domingo à tarde, ao pé do ouvido, ao lado da cama, e sofrido as consequências do apego do que nunca ter sentido tamanha forma de felicidade. Hoje eu acredito no amor, e sobretudo, que o mereço tal igual te dei. Gosto muito mais de quem me tornei depois de você. Às vezes, o propósito de algumas pessoas em nossas vidas é simplesmente nos fazer melhor, e não ser o grande amor da nossa vida. Por tudo, obrigada.
“Prefiro ter amado ao extremo… e sofrido as consequências do apego do que nunca ter sentido tamanha forma de felicidade” A mais pura verdade, parabéns pelo blog Samantha!