Todos os dias tenho a sorte de me deparar com alguém que, sem saber, restaura minha fé nas pessoas. Todos os dias alguém que eu não conheço segura a porta do elevador pra mim, me cede uma cadeira, me faz um elogio gratuito (sem segundas intenções) ou simplesmente pergunta como eu estou e espera por uma resposta.
Tem gente que me abre portas porque sabe que eu escrevo, tem gente que me abre a mente sem fazer ideia de que vou escrever sobre. Tem gente que faz piada besta e, logo eu, que tenho cara de antipática, começo a rir (mesmo que só por educação). E isso já muda tudo. Teve gente que foi gentil comigo a troco de nada, gente que me estendeu a mão sem me conhecer, que foi solidário quando eu mais precisei e nem sequer tive a chance de pedir. Teve gente que precisava conversar e eu estava lá, na fila da farmácia, no banco do passageiro, no quiosque de tapioca, e eu apenas conversei. Porque é gente como a gente e tem uma história pra contar que merece ser ouvida. Seja ela qual for.
Todos os dias ao invés de achar que o mundo está se acabando, que já não tem mais jeito, que a tendência é piorar, pensando naqueles que sofrem (ou no meu próprio sofrimento), eu escolho me orgulhar daqueles que não desistem. Basta você olhar atentamente ao seu redor que vai perceber que há muito mais gente do bem do que a mídia nos faz acreditar, do que o próprio medo nos faz acreditar.
Não perca a fé no bem, por favor. Eu sei, tem gente por aí que não vale o bate boca, que disfarça o medo da solidão exalando orgulho. Gente que se diz traumatizada pra se abster da responsabilidade de mudar. Gente que está desiludida e repassa os contratempos adiante pra remediar os próprios erros. Gente que não sabe o caminho, mas insiste em dar sinais na estrada dos outros. Gente ruim tem em todo canto, lhe garanto. Mas gente boa também. E talvez, o amor e o bem só precisem de uma publicidade melhor.
Se você acorda, segue uma rotina, tem um trabalho ou faculdade e ao final do dia está são e salvo, você sobreviveu a mais um dia. E já pode agradecer por isso. Todos os dias alguém me ensina a não perder a fé no bem. Às vezes, a gente só precisa se redimir ao ponto de perceber que ninguém jamais foi, e jamais será, feliz completamente sozinho.
Não deixo que nenhuma decepção determine o fluxo da minha vida, que maldade alguma seja mais forte que meu sorriso, que desamor nenhum seja maior do que minha fé.