Hoje mais do que ontem eu quis voltar. Pro teu abraço, pra tua casa, pra tua família, praqueles almoços maravilhosos da tua mãe aos domingos, pro nosso Alto Horas sagrado de todos os sábados, quis voltar pra todos os momentos bons que tivemos. Praquela tua gargalhada gostosa, pras vezes em que te senti meu porto, e me senti tão sortuda por ter um amor livre e confiável.
Hoje eu quis muito voltar, até chorei de saudade. Coloquei Projota no último volume e fiquei por horas pensando afinal o real motivo de estarmos separados.
E daí caí na minha realidade. Infelizmente por um momento só lembrei das coisas boas, e esqueci das vezes em que fui taxada de louca por dizer o que sentia e pensava, das vezes em que a minha “cara de braba” foi motivo para zoação daqueles amigos teus que deveriam ser meus também e você nunca me defendeu. Lembrei do quanto me dediquei, do quanto caí de cabeça em tudo que fazíamos juntos, todos os planos, todas as festas e todos os roles. Lembrei daquela amiga querida que fez questão de diversas competir sua atenção comigo e nem pensou se quer em respeitar minha presença. Lembrei de tudo isso, e doeu.
Doeu de um jeito que me senti de mãos atadas, mergulhada em um oceano infinito. E realmente assim me encontro, afinal por inúmeras vezes tentei te mostrar as coisas, as verdades, e na maioria delas fui a errada da história.
Doeu de um jeito avassalador. E nessa hora eu quis mais do que tudo já ter superado essa história. Pausei a música e me restabeleci. É melhor assim. Prefiro morrer de saudades enquanto essa tua falta não passa do que conviver achando que sempre estou errada nas histórias.
E eu sei que vai doer muito ainda. Ah vai. Mas, tenho plena certeza de que vai passar e ainda vou conseguir passar uma borracha em tudo e viver por aí livre, e certíssima de que sempre fui sincera comigo mesmo e com as pessoas ao meu redor.
Hoje eu quis voltar, hoje deu saudade, doeu e eu chorei. E não tenho vergonha alguma disso. Vergonha eu teria se eu tivesse sido falsa, ou por algum momento tivesse tentado ter sangue de barata com os acontecimentos que passaram por nós.
Não se preocupa não, eu não te culpo por não enxergar ou por preferir ficar na sua zona de conforto com as tuas verdades e amizades. Afinal, é bem difícil se decepcionar com alguém que gostamos muito, eu sei.