Uns confiam cegamente, acreditam que pássaro livre sempre volta à gaiola, outros acham que ciúmes é o tempero primordial em um namoro e criam um tipo casulo reforçado. Uns preferem o sexo puritano-ortodoxo, em outros casos o convite à uma casa de swing é indispensável. Uns acham que amizade é saber a data de aniversário do outro e conhecer a família, desde o cachorro, periquito e papagaio até a bisavó falecida há uma década. Alguns acham que amor é fogo que arde sem se ver, que o sofrer é o verbo auxiliar, que só se vive de amor, quem é capaz de morrer por ele. Outros acham que namoro é contrato e casamento é uma apólice.
Com tantos uns, alguns e outros, reconheço que fica bem complicado, muitas vezes, discernir o que sentimos e queremos. São os extremos, ou é 8 ou é 80. O resto, é resto.
Não sei, mas quase sabendo, faço as seguintes colocações sujeita à mudanças:
1. Confiar em alguém, é um ato decorrente da confiança que temos em nós. É difícil aceitar que o ser humano é falho. E que ao não corresponder nossas expectativas, essa linha tênue instantaneamente deixa de existir. Por isso, há pouco tempo, preferi passar a acreditar em mim. O pássaro só voltará para a gaiola, não por amor, mas por um interesse. Portanto, não é a liberdade que prende. É a conveniência que mantêm.
2. Se ciúmes fosse um tempero, certamente seria o sal negro.
3. Todos estão certos, que sexo é uma delícia. Acredito que sexo feito com amor é mais ainda. Pode ser o papai e mamãe, ou, o mais selvagem de todos. Feito com quem se ama, um simples toque arrepia pele, peito e alma. É aí, que você entende a diferença entre ejacular e gozar. Uma transa qualquer no seu ápice, não tem nada de lógico, é insano, pois é uma entrega irracional.
4. Amizade é lealdade. É entender que distância não separa, que o silêncio é importante e o respeito fundamental.
5. Amor é motivação, é movimento. Amamos quando extraímos de nós, nossa melhor parte. E aprendemos a respeitar e trabalhar a pior. O amor é altruísta. Amor é renúncia. É escolha. Sim, acho graça de quem fala: “A gente não escolhe a quem amar”. Pensamento defasado de quem ainda, não fez a melhor escolha. Assumo os riscos e vivo as consequências desse sentimento cheio de definições.
6. Casamento é só um termo mais formal para a continuidade do namoro. É continuar respeitando a individualidade do seu amado, fazer da passagem do tempo, uma via de amadurecimento e não de mudanças forçadas. É continuar sentindo prazer em estar ao lado da pessoa que escolheu – “É saber que educação, gentileza e carinho continua tendo a mesma importância que uns anos atras.”- Enfim, cabe a cada um optar por criar um contrato. Ou uma coletânea de livros.