Eu sei que sou intensa demais. Que às vezes até assusto as pessoas, e até peço desculpas por isso. Talvez seja típico de librianos a flor da pele, que transbordam amor ou ódio, é 8 ou 80, afinal água morna não serve nem pra fazer chá. No auge dos meus vinte anos, em pleno frio de um outono rigoroso, me vejo caminhando com minhas próprias pernas.
Abandonei muitas amarras que me faziam mal, tive que abrir mão de algumas coisas – e pessoas boas – pra enfim conseguir me libertar realmente e seguir minha vida, conforme eu acho certo, conforme eu quero. Minha psicóloga disse que sou muito ciente das minhas falhas e do meu potencial, que só basta um empurrãozinho pras coisas irem devagarzinho pro lugar.
Ao longo de todos esses anos fiz muita besteira. Errei muito, pirei, joguei tudo pro alto milhões de vezes, me arrependi. Voltei atrás, quebrei a cara, tive medo e não arrisquei. Quis tanto algo que tive preguiça de ir atrás, fui covarde. Briguei. Gritei. Falhei. Conquistei tantas coisas que sou infinitamente grata. Amei. E sinto saudade.
Hoje em dia eu só quero dias de Sol. Daqueles que aquecem a alma, o coração e tudo em volta. Olhar pro céu e sorrir, como eu sempre amei fazer. Saber que posso confiar nas pessoas, e exercer apenas a reciprocidade. Ir atrás dos meus objetivos sem medo de tropeçar, dar o meu melhor em cada coisinha que eu fizer, e não ter mais medo de mergulhar no teu sorriso.
O mundo da muitas voltas, mas quando caminhos tão diferentes nos levam ao mesmo lugar, tudo faz sentido.