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Tenho que admitir: eu não faço ideia do que fazer em relação a você. Se cada vez que me distancio, você me chama e eu cedo. Se cada vez que acho que te esqueci, você aparece e eu me apego. Ando tentando me afastar em passos rápidos, mas você sempre se põe em meu caminho. O problema de não sabermos nosso papel na vida de alguém é que, aos poucos, damos a esse alguém mais importância do que merecia. Houve uma época em que eu pensei que tudo valia a pena por amor. Mas como pode ser amor quando se faz às custas da felicidade dos outros? Aprendi que eu devia ser mais do que um parêntese na história de outras pessoas pra merecer um romance que valesse a pena.

Eu, simplesmente, amo você porque não há um dia sequer em que eu não pense em ti e vá dormir sorrindo. Não há nada que você me diga que não me faça torcer em silencio pra que isso te faça feliz. Eu amo você porque amor é quando a gente percebe que havia um vazio no meu peito que foi preenchido com a chegada de alguém. Eu amo você porque aprendi que amor é complacente, empático e nos faz completos, e tudo isso, eu sinto ao seu lado. Mas, às vezes, a gente tem que esquecer como nos sentimentos por alguém para nos lembrarmos quem merecemos ter.

Fracasso é quando você mantém um relacionamento ruim por medo de não ter um melhor e aceita menos do que precisa porque dúvida de si mesmo. O que mais nos impede de desapegar é a mania de cultivar esperança em cada detalhe. A gente precisa se livrar dessa espera pra se sentir livre. Às vezes, vale a pena ficar mais um pouco sozinho e tentar consertar sua bagunça de dentro do que partir em busca de abrigo em outro peito. Eu tenho pena de quem nunca chorou ouvindo uma música romântica ou nunca rio sozinho por não se sentir só, e não, daqueles que sofreram por amor. Eles foram corajosos por tentar. Só tenho dó por aqueles que são reféns do medo e desconhecem a força do próprio coração.

Muitas vezes, algo nos diz, bem lá no fundo, que se dermos espaço a pessoa pode eventualmente se afastar, esfriar o sentimento ou, quem sabe, nos esquecer. Então, a gente se agarra a essa insegurança pra justificar a dependência gerada. Nos sentimos no dever de não deixar que isso aconteça, de se fazer presente, de se importar e, sobretudo, evidenciar essa importância. E passamos a nos convencer que fazemos isso por amor, que é cuidado, carinho, que quem ama, faz questão de estar perto e quando discordam de nós julgamos ser falta de consideração. Acontece que, em outra perspectiva, o que fazemos é tentar convencer a pessoa a não nos deixar, provar a ela que merecemos sua companhia, que ela não vai encontrar alguém melhor porta afora.

Manter os pés no chão não nos impede de morar em outro coração. Muito pelo contrário, a gente aprende a diferenciar o que é real do que é real inventado. Convivo com a saudade diariamente, não luto contra, sabe? A gente se acostuma com algumas atitudes rasas e acaba por concordar que esteja tudo bem porque tem medo que a pessoa vá, que nos deixe. E nos parece que qualquer coisa seja melhor do que nada. Mas a verdade é que não é. É melhor perder a quem não esteja disposto a se entregar a ti do que ter ao lado quem vai lhe faz sentir sozinho. Mas você faz meu tempo se arrastar com a distância, e se te escrevo é porque, apesar de tudo, eu enlouqueço com sua ausência.

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