Quando perguntam sobre nós dois eu realmente não sei o que responder. Foi duradouro e real até o último sentido da palavra. Mas supostamente em algum lugar a gente perdeu o ponto, o rumo. E depois de uns meses bem turbulentos em que a gente ficou separado, algumas coisas voltaram para o lugar, mas é difícil rotular.
Cê mesmo diz que tecnicamente é só dar nome as coisas. Desvendar expectativas que todos criam em cima de uma possível volta. Afinal todo mundo torce né? Seus pais, minha mãe, nossos amigos, e metade do Maracanã sabem que temos uma afinidade bem rara. Mas ainda sim é complicado.
Eu gosto muito dessa minha liberdade, cê gosta muito de compromisso. Eu sou fissurada em ter tempo livre pra dormir, cê gosta de ficar acordado até bem tarde. Eu gosto do meu quarto, do meu espaço, cê gosta de ficar junto e misturado.
Vou te confessar que sei que cê tem a razão. Eu sou intensamente impulsiva, largo tudo de mão enquanto você junta todos os caquinhos e espera as coisas acalmarem. É neguin, tu é calmaria. Acho que já falei isso um bilhão de vezes né?! A paz que a correria me tira, tu me devolve em dobro.
Sou grata por te ter. Hoje em dia não sei definir como seria minha vida sem teu equilibro que me mantém no foco. Cê sabe que eu sou louca. Nunca neguei, mas sei que no início eu era mais calma, mais maleável. Perdoa as crises, o choro, a falta de paciência. No fundo sei que tu entende.
Olhei o calendário agora e justamente ontem faríamos mais um aniversário de namoro. Mais um mês. Que mancada neguin, odeio ser tão boa com datas. Mas sei que sou afortunada por te ter comigo apesar de tudo.
Deixa as pessoas perguntarem, deixa falarem, deixa julgarem. No fim das contas só nós dois sabemos que existe uma energia muito maior que nos liga. Uma conexão. Então deixa rolar, quem sabe a gente come um sushi amanhã pra comemorar as voltas que a vida deu. E como a gente se reencontrou. Talvez cê nem saiba, mas cê é meu ex melhor amor.