Por que boas pessoas sempre se envolvem com pessoas ruins? É possível salvar alguém de fazer mal a si mesmo? Bom, assim como eu, você já deve saber que, não, não é possível salvar ninguém e infelizmente, não há uma razão puramente racional para explicar porque a atração pelo o que não presta. Pessoas são assim; essa é uma boa resposta.
A questão é que quando não somos capazes de entender nossas próprias atitudes, sempre nos perguntamos porque diabos estamos passando por isso, mas nada mais é, do que um tapa na cara da vida. Aprender a ter perspectiva não é só a sua maior lição, mas também o seu maior desafio.
Nesse meio tempo, você vai aprender que nem sempre vai seguir seus próprios conselhos porque boa parte de viver é se deixar levar e apostar que a sorte vai contigo ou que o acaso te protegerá. E nem sempre essas serão suas melhores apostas.
Aprende que, às vezes, você vai desejar voltar no tempo não para que pudesse fazer diferente, mas para que simplesmente pudesse fazer de novo. A vida não precisa ser de arrependimentos, ainda que te calejem e por ora doam, você pode, sim, também se dar ao luxo, de vez em quando, desejar fazer de novo a maior besteira da sua vida porque você sabe que valeu a pena, mesmo que ninguém te entenda. Aprende que só precisará de uma frase pra que se sinta em paz e pode vir da pessoa mais improvável de todas; não as subestime. Aprende também a perder, sem mais nem menos, sem sequer se dar conta e você que precisará se lembrar de todos os motivos lógicos que não o façam desistir ou que lhe provem que, no fim das contas, não foi você quem perdeu. Aprende a gostar tanto de alguém que não verá sentido em lutar pela sua felicidade com ele, quando torce de coração aberto que ele seja simplesmente feliz, mesmo sem você. Aprende a deixar que a maior dor do mundo te consuma. Se deixar doer, se deixar sofrer. Não há mal nenhum em aceitar uma derrota, mesmo aquela contra si mesmo; nada dura pra sempre. Aprende que nem sempre as pessoas estão ao seu lado pelas razões certas, mas as pessoas certas estarão ali sem que haja sequer uma razão. Você tem que aprender a reconhece-las e, principalmente, dar uma chance a elas.
Aprenda a ficar. Não seja e nem queira ter pessoas passageiras. Um dia você vai entender o conforto que alguém que te conhece causa ao dizer “Eu sei que você não é assim.” É claro que algumas pessoas você terá de deixar ir porque elas quiseram e outras vão naturalmente ficar, mas por todas elas você deve dar o máximo de si e fazer tudo o quanto for capaz de melhor; a escolha de ir ou ficar só cabe a elas. Aprende a não deixar que lhe digam que você perdeu alguém só porque não pode mais vê-lo. Alguns laços são eternos. Aprende que aquelas pessoas que você mais ama te dirão as piores coisas que já ouviu e não porque, de fato, foram ruins, mas a mágoa que você sentiu foi por decepciona-las. Aprende a distinguir culpa de consciência. A consciência não te limita, ela simplesmente te lembra das consequências de suas escolhas. A culpa é que te martiriza, te põe um freio. Ter consciência e não ter culpa, te faz vivo, mas ter culpa e ter consciência te faz humano e imperfeito; assim como deve ser.
Aprende a não por sua sinceridade à frente do respeito à alguém. Ninguém precisa, simplesmente, te ouvir.
Aprende que você nunca vai ser melhor do que outro por exaltar seus defeitos. Aprende também que o maior amor da sua vida é aquele você está vivendo hoje e algo é tão forte e verdadeiro tanto quanto a sua imaginação o cria e, às vezes, você não vai querer simplesmente viver na realidade. Aprende que, eventualmente, não há mal nenhum quebrar as regras, desobedecer o sistema e se ver completamente perdido. Você precisará aprender a se conhecer e também a considerar melhor as alternativas. Aprende que pra se sentir sozinho não precisa estar realmente só; a pior solidão é aquela causada por uma multidão de olhares vazios. E aprende também que a solidão pode ser bastante esmagadora, mas também pode ser tão tênue que te conforte.
Tudo é uma questão de ponto de vista, então, se não está satisfeito com o que tem se questione se está fazendo o contrário do que fazia antes ou se, simplesmente, tem reclamado da vida.
Perca sua cabeça! Sinta a mais avassaladora loucura vinda de dentro pra fora. Grite pra todos os santos, levante as mãos para o céu e se desespere; só assim você verá o quanto é forte e não há o que seja páreo para ti. Mova-se e não deixe que te impeçam, pelo contrário, arraste pessoas com você mesmo que isso lhe dê trabalho dobrado. Mova-se em silêncio, se mova sozinho e se mova sem rumo algum, mas não se deixe estagnar em nenhum momento porque nada parado é capaz de evoluir. Procure pela sua paz, acima de todas as coisas. Você saberá quando isso acontecer, vai deixar de lado toda busca material e saber que valeu a pena. Mas, principalmente, ame e mesmo que não seja recíproco, seja real e inundado de coisas boas e saiba que a ansiedade, a curiosidade e até mesmo o medo do que está por vir vão passar e só você vai entender porque foi preciso acontecer. Mereça o amor que vier, esse é o maior aprendizado sobre “estar vivo” porque nós somos infinitos.
*Essa frase do título vem do livro “As vantagens de ser invisível” de Stephen Chbosky que tem uma narrativa muito boa, simples, com expressões comuns ao cotidiano e que questiona situações corriqueiras, vistas pela perspectiva de um garoto que tem alguns transtornos mentais. O filme é legal, mas o livro é fantástico, emocionante, surpreendente. Eu indico!