Durante todo esse tempo, escrevi apenas coisas bonitas. Sempre achei mais genuíno botar em palavras os meus sentimentos perante a ti, e ao que fomos. Era automático. Pensava na gente com nostalgia e com saudade e as palavras fluíam. Milhões de pensamentos passavam pela minha cabeça e eu só me sentia privilegiada por sentir algo tão bonito e forte por alguém até mesmo depois do fim.
Talvez por isso seja tão difícil aceitar que você não quis ficar. Que optou por seguir um caminho oposto ao meu. É que eu achei que a gente era pra sempre, sabe? Tinha plena certeza que ia acordar um dia com uma mensagem sua dizendo que não aguentava mais ficar longe e aos poucos tudo ia se ajeitar.
Mas, hoje vejo que não. E escrevo com o coração esmigalhado pra te dizer que vou seguir em frente. Mesmo que demore. Mesmo que eu caia milhões de vezes. Vou desconstruir minha ideia de vida com você. Vou desfazer nossos planos – tínhamos tantos né? – vou tirar todas as nossas fotos do meu mural, e guardar junto com aquele urso e a minha aliança que ainda está na minha carteira. Tudo isso me fazia sentir mais perto de ti. Infelizmente o que eu não sabia era que você não me queria mais na viagem.
Os dias tem sido difíceis, mas me permito sentir essa dor até ela passar. É meio surreal acreditar que nunca mais vai haver “a gente”, e que todas aquelas coisas boas que eu sentia se transformaram em pó. E o mais inacreditável é te sentir longe. Um estranho. Um alguém qualquer. Cê quis assim, tudo bem. De verdade. Esse caos vai passar e vou me reestruturar. Mesmo que demore.
Virei prioridade na minha vida. E o chá de camomila meu companheiro. Não posso dizer que não te culpo, e não posso terminar esse texto como sempre terminei, com sentimentos bonitos e magia. Cê quebrou meu coração, e não pensou em mim. Cê soltou minha mão enquanto eu fiquei aqui. Cê foi a pior decepção da minha vida.