“Precisamos conversar.”
Essas duas palavrinhas juntas são capazes de causas desastres maiores do que a queda da bolsa de valores com mais um governo petista. (Calma, calma, não vai ser um texto sobre política. Eu juro!) Tudo porque o “então” do relacionamento chega para todos, mas infelizmente em momentos diferentes. Enquanto o relógio biológico da mulher está a todo vapor, o do homem dá umas travadas, mas como diz o ditado “até um relógio quebrado está certo duas vezes ao dia” e assim eles conseguem se encontrar, se encaixar e se aturar com muito amor. Reza a lenda. Em tentativas sutis – ou não – de acelerar o processo, as mulheres tendem a instiga-los assim:
Ela: Todo mundo comenta que a gente tá namorando…
Ele: A galera fala demais, né? Nunca vi tanta preocupação com a vida dos outros.
Ela: Mas qualquer um pensaria isso, já que estamos sempre juntos.
Ele: Mas isso não é da conta de ninguém.
Ela: Mas não é culpa deles! Afinal, já faz um tempo que a gente tá junto, né?
Ele: É? É…
Ela: Pois é, são 2 meses e 14 dias..
Ele: Sério? Legal.
Ela: Então…
Ele: O que?
Ela: A gente, você sabe… Tá namorando?
Ele: Que diferença faz?
Ela: Como assim que diferença faz?! Faz TODA diferença.
Ele: Só pra você pôr no Face?
Ela: Não! Quem falou de Face? Só pra eu saber.
Ele: E você não sabe?
Ela: Sei! Quer dizer, acho que sei…
Ele: Então.
Ela: Então o que?
Ele: Vai começar de novo?
Mas nem sempre dá certo. Daí elas se perguntam se estão ansiosas demais, apressadas demais ou se ele que não está tão interessado assim. E começa uma caçada involuntária em busca de algum sinal de que seja o momento certo pra encosta-lo na parede – com uma arma na cabeça – e só libera-lo mediante o pedido de namoro. Tem gente que é assim.
Sendo assim, aqui vão algumas dicas pra você avaliar se já chegou o “então” do seu relacionamento ou se o que você procura é sarna pra se coçar. No estilo teste da Capricho – porque eu sou uma eterna adolescente – marquem o item A ou B e vejam o resultado no final. Não vale manipular, hein?
1) Final de semana juntos.
Como andam seus planos para o final de semana, feriado e afins? Quer dizer, vocês tem planos SEUS ou cada um tem os seus? É importante observar se você é incluída automaticamente nos planos dele ou se você tem que se insinuar pra ver se ele convida. Sim, eu sei que você faz isso. Veja bem: uma coisa é uma coisa, outra coisa é psicopatia, ok? Por exemplo, vocês combinarem uma viagem juntos é uma coisa, vocês por coincidência se encontrarem em uma viagem e ficarem juntos é outra coisa totalmente diferente, mais comumente conhecida como: conveniência ou “eu não tô fazendo nada, você também, que mal há bater um papo assim gostoso com alguém?”. Então, em suas conversas vocês:
A) Ainda se perguntam “fazer o que no fim de semana? ”.
B) Vocês JÁ SABEM que estarão juntos independente do que forem fazer.
2) Como você se chama?
Isso não quer dizer que a forma com que vocês chamem um ao outro enquanto estão trancafiados entre quatro paredes conte. Hum-hum, não conta de nada. A questão é: como você tem o número dele salvo no seu aparelho telefônico móvel e como ele tem você?
A) Nome e sobrenome, é claro. De que outra forma poderia ser?
B) Apelido íntimo seguido de corações e emoticons vomitado arco-íris e purpurina.
3) Domingos em família.
Citei o domingo, mas pode ser qualquer outro dia ou feriado em que a família de ambos se reúna, como Natal ou Páscoa. O dia em que o tio do pavê aparece, a avó com histórias constrangedoras sobre a sua infância, a tia bêbada e solteirona, enfim, todos os personagens mais hilários que só mesmo quando há muita intimidade entre o casal, não há vergonha de apresenta-los. Nesse caso…
A) Vocês compreendem que é um momento de família em que cada um tem que passar o dia com a sua, já que tem vários outros dias que podem se ver.
B) Vocês sempre vão de uma casa pra outra, ou seja, um já conhece todos os membros da família do outro. Inclusive, já é esperado a comparecer na reunião.
4) Eventos sociais.
Casamentos, bodas, 15 anos, formaturas, ou seja, eventos que precisão de uma confirmação prévia dos convidados porque, geralmente, as senhas são contadas.
A) Vocês avisam um ao outro quando vai ter um desses eventos importantes pra justificar a ausência no dia.
B) Vocês avisam um ao outro pra que não marquem nada no mesmo dia.
5) Escovas trocadas.
A questão é se a casa dele guarda algum resquício da sua presença e vice e versa ou se vocês sempre têm uma malinha pronta que vai e volta toda vez que se veem.
A) Deixo as coisas no carro pra facilitar, caso tenhamos algum imprevisto.
B) Já tenho uma gaveta na casa dele.
6) E os amigos?
A aceitação nos grupos de amigos é fundamental, mas pra isso, obviamente as pessoas tem que se conhecer, interagir. Como funciona isso entre vocês?
A) Geralmente, vocês saem sozinhos, mas ele já arriscou sair com os teus amigos, no entanto, você nunca saiu com os dele.
B) Vocês já conhecem os amigos um do outro e inclusive, já tem uma relação fraternal com eles e chamam-se por apelidos e abraçam-se quando se veem.
Se você marcou mais A):
É completamente obvio que vocês gostam de ficar, se veem com frequência, mas ainda não se assumiram. Na verdade, mesmo que um dos dois já esteja totalmente dentro desse relacionamento, enquanto o outro não quiser, não irão sair do canto. Talvez, seja cedo demais pra se chamarem de relacionamento sério. Ou talvez sequer seja pra ser sério. Nem todo mundo que a gente fica necessariamente tem que dar em alguma coisa. Portanto, desapegue-se.
Se você marcou mais B):
Você está esperando o que pra terem a tal conversa, hein? Esperando que fiquem cada vez mais acomodados? Porque, venhamos e convenhamos, é muito cômodo – principalmente para os homens – ter alguém fixo, certo e sempre disponível (já à espera de estar sempre incluída nos seus planos) e não assumir nenhum relacionamento sério com elas. Daí, caso ele tenha outras menos importantes (bondade minha pra que você não se sinta mal) elas sempre vão pensar que não é nada sério o lance de vocês, que é algo passageiro, esporádico e que sequer precisem se preocupar com a concorrência. É um truque muito bem bolado deles de fazer com que todas sintam-se especiais e algumas nem desconfiem das outras. Ou seja, a falta de nomenclatura é o álibi perfeito pra qualquer artimanha que envolva mais mulheres.
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É claro que eu fiz opções um tanto quanto óbvias, destacando a brutal diferença de quem se importa com o relacionamento que está e quem não, porque eu não sou nenhuma pesquisadora da Superinteressante e eu apenas tenho o dever de atualizar o blog e, não, de escrever uma nova bíblia. Então, me deixem.
A verdade é que o “então” cedo ou tarde chega, logo, você não deve se preocupar qual o momento certo ou se já está na hora de acontecer. Lembra do relógio quebrado do início do texto? Pois é, quando a hora certa chegar vocês simplesmente vão saber. Não seja uma dessas menininhas apelativas que precisam provar pra sociedade que são “pra namorar” pela sua tendência – quase suicida – de elevar, mesmo que a contragosto, todo envolvimento para o nível de comprometimento. Sabe, algumas coisas não precisam ser levadas tão a sério.
Algumas pessoas não surgem na sua vida pra saciar toda angustia da solidão e extinguir a nomenclatura do solteiro. Algumas pessoas apenas surgem. E depois vão embora. E nem todas, por pior que seja admitir, vieram pra te ensinar uma grande lição, pra mudar sua vida. Elas só vieram. E foram. Isso é normal. A partir do momento que você para de denotar vitória ou fracasso a qualquer relacionamento amoroso é que realmente aprende com eles, e com a falta deles também. Já outras pessoas vão vir e vão realmente lhe deixar uma marca, mesmo que negativa, mesmo que sofrida. Essas, sim, podem te ensinar alguma coisa. Ainda terão aquelas que vão vir e inconscientemente buscar o mesmo que você. Elas não vão te deixar tanta dúvida do que fazer. Não que seja descomplicado porque relacionamento nenhum é, mas será simples, afinal, mesmo diante dos obstáculos é o que os dois querem.