Cê demorou. Na verdade eu até saberia dizer quanto tempo: quase cinco anos, quase alguns dias, quase foi a gente. Mas éramos duas crianças, você com sua timidez e eu com meu gênio forte horrível. Não que muita coisa tenta mudado, mas pelo menos a gente cresceu, mas nosso tempo passou. Difícil entender. A vida pode ser muito louca, e as voltas que o mundo dá me surpreendem a cada dia mais.

Não posso dizer que não sinto uma tristezinha, afinal podia ter dado muito certo. A gente combinava muito, e eu tive muita inveja da sua primeira namorada. Ela ao meu ver não tinha nada a ver com você, cês pareciam meio estranhos juntos, mas o tempo passou, eu passei, tudo mudou.

Então cê volta, e é como se o tempo não tivesse passado. Mas passou. Muita coisa mudou. E aquele tempo não volta mais. Seria cômico se não fosse trágico.

Ser adulto é meio assim. Encontros e desencontros. Idas e vindas. Mas, existem coisas que não voltam… E hoje em dia ficou só o carinho. Ficou só os micos que eu paguei. Ficou na lembrança somente o que poderia ter sido, mas não foi. A lei do tempo voar literalmente deu um tapa nas nossas caras.

Mas ao mesmo tempo, sei que cê tá tranquilo. E isso me deixa confortável também. Na verdade eu não esperava menos de você. E já que nunca houve briga, raiva ou mágoa, não teria motivo para não ser de certa forma bonito.
Se fosse uns cinco anos atrás eu terminaria esse texto de outra forma, mas cê demorou.

E a vida passou.

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