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Eu, sinceramente, pensei que nunca mais fosse sentir isso e que já era forte o suficiente pra suportar quaisquer rupturas que o coração me trouxesse. Mas acontece que em algum momento entre tentar superar e seguir em frente, eu me perdi e perdi tudo aquilo que me sustentava. Se entregar, desistir ou ser vulnerável sempre foram sinais de fraqueza pra mim. Quando me sentia prestes a perder a linha desatava rapidamente o nó antes que se tornasse cego. No entanto, assim também impedia que se tornasse um laço para algo melhor. Essa solidão sempre me acompanhou, sendo às vezes tão forte que me deixa imobilizada e às vezes tão tênue que me conforta. Eu aprendi a me virar sozinha, a segurar o choro, a disfarçar os sentimentos, a reconhecer quando não sou bem-vinda, a não forçar a entrada no peito de ninguém. Aprendi a descartar tudo – e todos – que não me fizesse bem como uma roupa velha, aprendi a desfazer pontes mais rápido do que construí-las, aprendi que todo relacionamento é recíproco e se duas pessoas, eventualmente, se afastam, as duas quiseram. Aprendi a me esquivar do apego e esqueci como era se sentir assim, meio desarmada e desequilibrada porque parece que quanto mais evitamos nos apaixonar trombamos a cada esquina com uma bela cilada. Eu esqueci como é vestir uma armadura sorridente e ir à luta dia após dia até que o presente seja embrulhado em lembranças e deixado à porta do meu próprio passado sem nem sequer uma carta de despedida.

Passei o dia pensando se deveria ou não escrever pra ele, e mais uma vez, me faltaram palavras, rimas e hiatos que preenchessem as lacunas que ele deixou em aberto. Um letreiro luminoso paira sob a cabeça de quem vai ferrar nossa vida, e é irresistível. Então, eu chorei. Daquele jeito que há anos não chorava. Eu chorei com tanta força que senti um vazio que mal pude me aguentar dentro. Chorei a ponto de perder o sono, perder a fome, chorei ao ponto de perder a fala. Eu senti aquilo de novo, o incontrolável desespero de que tudo passe, um desejo mais forte do que triunfar ou ser feliz. Hoje, eu sei que, isso sim, é fraqueza, eu reconheço quando ela vem. É sempre assim, do nada, e me tira toda a vontade de resistir. No fundo, eu também sei que ela vai embora, como foi todas as vezes, mas quando eu olho para trás vejo o tempo que passou e que o sentimento permaneceu, eu não sei como mudar ou o que melhorar.

Não sei porquê, tampouco quando aconteceu, mas acho que isso faz parte da “mágica” que os outros tanto falam. Você acorda tranquila, sem expectativas, sem planos e quando vai dormir não sabe o que fazer com a angústia gritante no peito que só se cala com o toque ou a palavra de alguém. Não qualquer um, mas aquele alguém. Tão específico como nunca foi.

Eu sei que o amei – e ainda amo – o problema foi que eu não demonstrei isso o suficiente, e hoje, gostaria de lhe dizer todos os dias.

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