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E ela continua seguindo. Com a alma virada ao avesso, com o coração cheio de machucados e a mente rendendo-se a rotina absurdamente tediosa de seus dias. E ela nem olha mais para trás, cansou de sofrer querendo reviver o passado e sofre por ansiedade em querer ser e viver tudo no futuro que lhe aguarda. Infelizmente esquece-se de viver o presente, o agora, o hoje. Cansa de ouvir conselhos decorados, opiniões maldosas e cobranças absurdas. Simplesmente ligou o modo automático e continua sobrevivendo a tudo e a todos.

Houve dias em que ela achou que a vida seria melhor, mais bonita, mais calma. Mera ilusão de alguém que busca em qualquer rua uma saída de emergência. Sinceramente, não sei como ela consegue. Ser tão forte e ao mesmo tempo tão frágil a ponto de se desmanchar a qualquer momento, por uma simples coisa… Mas na verdade é que ela está exausta. Dessa falta de amor, dessa vida corrida, dessas pessoas sem limites de maldade. Mas, isso há de passar.

Encontrei com ela esses dias, e como de costume ela nem me viu, passou rápido e com a cabeça distraída, talvez sejam tantas coisas para pensar que ela mesma perde-se nessa confusão toda. Mas, isso há de passar.

Torço para que ela encontre o equilíbrio da vida, e que automaticamente enxergue os mistérios subliminares que ficam escondidos na nossa jornada. Que no final disso tudo, ela olhe para trás e lembre apenas do que lhe faz bem, que sorria apesar de tudo e que nunca perca essa fé gigante que têm perante as coisas que não se vê.

Enquanto isso, ela segue. Desistir nunca esteve nos seus planos.

Uma resposta

  1. E ela anda de bar em bar, tentando saciar esse vazio. Nem que seja somente por uma noite… paira sobre sua mente se isso vem de dentro dela, se essa enfim é ela ou se apenas uma degustação da solidão. No fundo sabe-se a resposta, mas como uma bebida barata, tomar esse cálice pode lhe estragar o estômago. Desce queimando sem dó.
    Trazendo consigo aquele cheiro forte de decepção.
    Decepção vindo de si mesma, ou para com a vida?
    (…)
    A única coisa que podemos afirmar é que aquela jovem mulher só sonhara em acordar, com a idade de seus quatro ou cinco anos, vendo a sua mãe na cozinha esperando-a com uma enorme fatia de bolo, para acariciar seus cabelos dizendo o quanto queria que o tempo parasse ali, para que ela não crescesse e sentisse a dor de uma saudade.

    Me inspirou ❤
    Obrigada

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