Foto:  Arthur Rosa - fotógrafo de casamento Luiza + Raphael - Topo do Mundo - BH
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Arthur Rosa – fotógrafo de casamento
Luiza + Raphael – Topo do Mundo – BH

Já nem conto nos dedos por quantas vezes me culpei, aceitei a premissa de que eu também havia errado, que minha parcela de vacilos continha um peso que nem todos poderiam sustentar. É mais fácil quando acreditamos que não merecemos o tal do final feliz, sabe? Você fica achando que se não deu certo dessa vez é porque não se esforçou o suficiente, não foi boa o bastante e que, se tentar com legítima vontade, na próxima oportunidade vai dar certo. Acontece que, às vezes, simplesmente não vai dar certo. Talvez porque o esforço não foi recíproco, talvez porque sequer foi enxergado pelo outro lado, talvez porque tenha faltado interesse. Não é uma ciência exata, nunca vai ser.

Acho reconfortante acreditar que antes de procurar alguém per(feito) pra mim, devo ser o melhor para ele também. A minha ideia de justiça divina se baseia em um relacionamento em que ambos se beneficiam, se ajudam. Cada qual a sua maneira, claro. E ainda assim, quando deitarem à noite pra dormir, terem a consciência tranquila de que, embora tenham feito a sua parte, exigir consideração, respeito ou carinho está fora do seu alcance. Então, sobretudo, me perdoo. Não deixo a culpa me definir. Prefiro não falar do meu passado, mas também faço questão de não esquecê-lo. Preciso dele para saber quem sou hoje, e até das minhas falhas tenho orgulho. Cada partezinha de dor e alegria compõem minha alma por inteiro. Me desfazer de quem fui completamente pra me adaptar a uma nova história seria um tremendo desrespeito com aqueles que amei e me amaram por quem fui.

Não importa o quanto nos esforcemos para fazer uma relação dar certo ou provar os nossos sentimentos para alguém (aliás, primeiramente, se pergunte se estar com quem você precise fazer isso realmente vale a pena) porque se a outra pessoa simplesmente não estiver na mesma página que você, ou seja, tão envolvida quanto, ela não vai enxergar sua dedicação. O que mantém uma relação não é o quanto você gosta de alguém (embora isso seja importante também), mas o quanto disso é recíproco. A partir do momento em o casal perde o equilíbrio entre o que faz e o que recebe, claramente, um dos lados sairá machucado. Não tem como, por mais que tente, um só lado sustentar duas vidas.

E o amor deve prevalecer, dia após dia, independentemente do árduo caminho, do coração calejado e as expectativas latentes, ele deve perseverar. Como uma fonte inesgotável de inspiração que nos faça acreditar até nos piores momentos que vai valer a pena, faz parte do processo. Quanto mais aprendermos, quanto melhor formos e quanto mais abrirmos mão da responsabilidade pelo o que não podemos controlar, mais perto vamos estar de encontrar alguém que, simplesmente, queira dar certo tanto quanto a gente. E, cá entre nós, a gente precisa de quem nos impulsione, inspire, admire, e não, quem pode ser uma bagagem que teremos que arrastar. A iniciativa de mudar as velas quando se percebe estar remando sozinha contra a maré tem que partir de você.

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