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Foi sem querer que vi você curtindo a foto daquela garota que eu detesto. Sabe o que eu senti? Nada. Engraçado, né? Há um tempo isso teria me tirado do sério. Juro. Mas você não sabia disso, é claro. Como você nunca soube por quantas noites delirei ao acreditar que sua demora em me responder fosse a constante atenção que dava a outra. Que louca! Hoje eu reconheço, mas na época dava um print na nossa conversa e mandava a quem fosse preciso até ouvir que você gostava de mim como eu pensava gostar de você. E agora tenho vontade de gargalhar quando te vejo, mal consigo acreditar que já tremi dos pés à cabeça só de ouvir seu nome.

A impressão que eu tenho é que, um belo dia, eu acordei e não pensei em ti e isso se repetiu por vários dias até que, de repente, me dei conta disso e percebi que o havia superado. Mas a verdade é que, naquela época, eu achava que por ironia o tempo se arrastava, que se eu chorasse muito de uma vez só não sobraria nem uma lágrima para o dia seguinte, que talvez com a distância você sentisse a minha falta. Ledo engano. Vi dia após dia cada uma das minhas esperanças tornarem-se tolas frustrações. Sem dúvidas, foi preciso tempo, embora não saiba dizer quanto. Não tem segredo, sabe? Quero dizer, a gente tem que se esforçar um pouco, é claro.

No início, eu não me ponderava, decorava sua rotina e dos seus amigos, tentava adivinhar seus passos e casos, criava histórias pra satisfazer minha curiosidade, me mordia de ciúmes. E, no fim das contas, continuava sem você. Até que isso foi se tornando cada vez mais patético, minha razão estava vencendo pouco a pouco a minha vontade de um recomeço. Quanto mais eu via ou ouvia, pior ficava. Insistir no sofrimento desnecessário é autopiedade, evitar a saída. Temos o direito de ficar de luto após um término, é normal. A gente só não pode se entregar porque absolutamente tudo que sentimos naquele momento é passageiro, garanto. Eu achava que esse sentimento ficaria enraizado, sabe? Que você fosse me marcar de tal forma que eu sempre lembraria de ti. Vi você curtindo a foto daquela menina e lembrei mesmo: onde eu estava com a cabeça quando me apaixonei por você?

Então, passa. Às vezes, sem que sequer saibamos porque, mas passa. E talvez eu passe por isso ainda milhares de vezes. Mas só o amor, amor mesmo, não se conjuga no passado. Não passa, fica.

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