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Ela tem mania de prender o cabelo em um coque alto quando fica nervosa pra ganhar tempo, no entanto, investe por noites em claro em caras errados sem qualquer noção de perdê-lo. Ela coça a ponta do nariz pra distrair quando se sente envergonhada, mas expõe a cara à tapa sem qualquer vergonha se sentir-se contrariada. Já se desfez da opinião dos outros pra reduzir o peso de sua bagagem, não se preocupa em passar boas impressões. Ela é causa, e não, mera consequência. Ela é a razão da sua dúvida, do seu porto seguro e, por vezes, da sua dor. Mas quando se sentir cansado é também ela que vai lhe pedir que liste três coisas boas que te aconteceram nas últimas 24 horas pra te motivar a não desistir.

Ela gosta de reviver o passado, ainda que tenha criado seus próprios desfechos em histórias que não tiveram fim. A vida lhe ensinou a ser feliz superando obstáculos, transpondo limites, plantando gentilezas e colhendo maturidade, mas antes disso, a vida lhe instruiu como ser forte. Por isso, você nunca vai saber o suficiente a seu respeito além do que ela permitir mostrar. E quando você se sentir inseguro sobre quem ela é, ela também que vai te lembrar nos mínimos detalhes do melhor momento que tiveram juntos nos últimos dias. Não há nada que ela tenha mais zelo do que a memória que guarda a sete chaves da melhor coisa que já viveu. Até a próxima.

Você nunca vai vê-la te fazendo juras de amor enquanto estiver feliz. Impulsiva, sim. Mentirosa, não. Tem um medo danado de trazer nas costas o fardo das promessas que não pôde cumprir. Ela não é do tipo que na hora da raiva fala o que for preciso pra machucar, muito pelo contrário. Quanto mais calada estiver, mais você deve se preocupar. Ela tenta, eu juro como ela tenta engolir seu coração a seco, mas vive entre a paixão e a loucura; não consegue evitar nem uma, nem outra. Se a vir respirando aliviada, pra você, nem sempre será um bom sinal. Se ela não tiver acabado de se desfazer de algo que, talvez, tenham construído juntos, o fará em breve. Não entende o que fazer para criar raízes em lugares ou laços em amores, talvez esse seja seu maior defeito. A liberdade pra ela é como uma droga que insiste em consumir em doses abusivas até se entorpecer.

Ela vai te escrever uma dedicatória em todo livro que lhe der e ter prazer em criar piadas internas como se fosse um forte pacto de sangue. Faz isso porque acredita que uma simples atitude – por menor que seja – ao se lembrar de alguém é o que lhe mantém perto, independentemente da distância. Já aprendeu que felicidade é algo que vem a longo prazo, por isso não tem essa pressa de ser “prestável”, se permite desistir de tentar acompanhar quem luta pra se manter andando em passos largos. Ela acredita que menos é mais e que ter poucos inimigos não é mesmo que ter muitos amigos.

Entre vocês, pode haver fim, mas não culpa. Ela não é dessas que acorda arrependida, que deixa a frase no ar. Ela é intensa, direta. Ela tem orgulho do que viveu, principalmente, do que não durou. São nesses tropeços que ela aprende a quem merece se entregar novamente. Pode errar inúmeras vezes, sentir-se derrotada e jurar de pés juntos que não vai passar por isso de novo, mas quando ela acerta, meu deus, não existe sorriso maior que o dela! Ela transborda a paz na consciência que muita gente busca por uma vida inteira. Coisa de quem já aprendeu a ter a alma leve, os sonhos fartos e o coração grato. Ela lhe disse que podia ir quando quisesse, ficar com quem bem entendesse, ela te deixou livre. Mas não disse que te esperaria voltar, então essa pode ser sua única chance. Não tem outra igual a ela.

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