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A maioria das coisas que acreditamos sobre relacionamentos vem daquilo que lemos, tipo Nicholas Sparks, ou assistimos na sessão da tarde de domingo. E ninguém lhe puxa no canto e diz “Olha só, isso é ficção. Eu sei que te dá esperança, mas não é real. A realidade exige muito mais esforço e paciência do que caberia em uma mera trilogia.” E, pior ainda, quando ouvimos as narrações de amores perfeitos daqueles que estão próximos à gente, mas nem um deles teria coragem de lhe contar o que realmente passou pra poder encarar uma vida a dois. Inclusive porque, honestamente, muitas dessas pessoas também estão diariamente engolindo suas inseguranças, respirando fundo e dando segundas, terceiras, quartas chances. E a gente só escuta a parte boa.

Se você me quisesse, eu teria ficado. Se você me quisesse, eu teria respeitado o seu tempo; eu não tenho essa pressa. Tampouco a vontade de perder o MEU tempo com qualquer um. Se você me quisesse, eu teria tido paciência com sua insegurança, compreensão com suas falhas. Teria sido o colo para seu pranto até torná-lo brando. E quando chegássemos ao fim, ao menos, teríamos esgotado as chances de dar certo. Mesmo errados, mesmo cansados. Sem desistência, sem reticência.

Não parece patético acreditar que aconteça de alguma forma especial? Que pessoas estejam destinadas a ficarem juntas? Mas ninguém nos diz, e por causa disso, ainda acreditamos que não está nas nossas mãos fazer acontecer. Acontece que, embora nos exija por inteiro, compomos ainda só metade de um desejo. Se um dos dois não se empenha sequer enxerga o esforço do outro. Quero dizer, quando uma pessoa quer terminar e a outra insiste, então todas as suas boas intenções se tornam abuso. Deixa de ser carinho pra se tornar hostilidade, invasão do espaço.

Sou um emaranhado de pecado, sonhos, traumas e recomeços. Me dou por inteiro, dou tudo. Ou nada. Metades não me cabem, e os meios não justificam meu final feliz. Não acho que seja preciso durar, mas é preciso valer a pena. Mas todos os dias quando eu acordo me dá um desespero por ter que aguentar mais um dia inteiro. Você diz que não quer me perder, mas age como se não se importasse em me encontrar. É terrível a sensação de não saber o que foi real ou inventado, mas eu acredito que se duas pessoas têm pontos de vista diferentes da mesma situação, nem uma delas pode se dizer certa ou errada. Cada uma acredita no que quer.

Se você me quisesse, eu teria feito por ti o que ninguém jamais fez por mim. Mas nem todas as promessas valem a pena quando temos que convencer alguém a não nos deixar partir. Deixa que a vida siga em frente que eu enfrento o que você não foi capaz de fazer por mim. Pois, se foi amor, não importa quando, ainda será outra vez. E se não, foi melhor assim.

Muitas vezes, relacionamentos não são só sobre força de vontade pra se resolverem, mas respeito ao ponto de compreenderem (ou pelo menos, aceitarem) quando deixam de ser bem-vindos na vida do outro. A partir do momento que você percebe que não está sendo correspondido, qual o intuito em insistir? Convencer alguém a nos querer é, sobretudo, estúpido. Não é amor, mas a falta dele. É carência, é a sensação de “menos um”, é às vezes puramente rejeição. Sentimentos inventados pra suprir um espaço que não está vazio porque é nosso, é o limite de até onde estamos dispostos a ir, e não há quem valha a pena passar por cima. Porque quem conhece o amor de verdade, acima de todas as coisas, aprendeu a cultivá-lo por si mesmo.

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