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Descobri a Jout Jout em uma dessas tardes quentes em que não há nada pra se fazer e resolvemos que rir é o melhor acelerador de tempo contra o mal estar. Através de uma publicação do Buzzfeed que já a enaltecia por suas ideias e citava suas peculiaridades, me flagrei pensando “Quem é essa doida?”. Então veio o canal e duas maratonas de virar a noite assistindo seus vídeos. Então veio o êxtase: a vontade de gritar para o mundo que a havia encontrado. Então veio aquele falatório que meus amigos já estão acostumados quando eu me apego a uma série ou livro, por exemplo. Então veio o livro e, como era de se esperar, o li na semana seguinte ao lançamento (tenho preguiça/me esqueço de fazer resenha de todos os livros que leio, mas vou tentar melhorar. Juro). Ela é um ser humano ímpar, que eu me identifico bastante, e só mesmo assistindo seus vídeos pra entender do que eu falo.

Assim como muitos primeiros livros que li de autores jovens, descobertos através da internet que decidiram se tornar escritores, é um livro de crônicas, pequeno, que se lê em uma sentada só. Eu descrevo estes livros como “leves”. O melhor entretenimento pra tardes quentes (sério, saia do Buzzfeed e vá ler um livro!). Foi uma delícia do início ao fim, principalmente por serem histórias da vida da própria Jout Jout. Eu pude ouvir sua voz narrando as cenas a cada parágrafo. E, vale ressaltar, que diferente da grande maioria de autores desse nicho, o livro está muito bem escrito, sim. Engraçado, sem precisar apelar pra um vocabulário chulo ou se comparar a escrita de internet. Eu sabia que ela não iria me decepcionar. Se não me engano, em algum de seus vídeos ela citou que sempre quis ser escritora e, naquele momento, ganhou meu coração e uma leitora assídua para seus livros. Dito e feito.

As experiências são bem corriqueiras, são aflições e sentimentos comuns a todos que pertencem à maravilha da Crise dos Vinte e Poucos anos. Portanto, como o próprio título diz, está todo mundo mal. É a vida. ME ABRAÇA, MIGA!

Destaquei as partes que me marcaram mais só pra deixar vocês na vontade:

“A gente, ingenuamente, pensa que, quando conseguimos algo que queremos muito (ou imaginamos querer muito), tudo se encaixa e será bonito e colorido. Não é bem assim. Um filme que eu gosto muito já diz que: se ganharmos na loteria, continuaremos sendo as mesmas pessoas de sempre, só que com alguns carros e iates a mais. Se somos chatos, inseguros e mesquinhos, continuaremos da mesma forma. ” (Essa frase é do Caio no prefácio do livro)

“Encarar o passado como uma fonte de crises pode ter ajudado Julia a ver o lado positivo do cotidiano, com seus mais diversos desafios e aventuras. ” (Coisa fofa o Caio falando dela)

“Quando fui ver, estava apaixonada por essa versão de mim que ele fazia vir à tona. Me apaixonei por um sujeito que fez com que eu me apaixonasse por mim mesma. ” (Julia falando de Caio)

“Alguém em algum filme a tinha convencido – e a mim, e a todos nós – que era preciso viver intensamente, uma vida apaixonada, com rompantes de emoção, sentimentos à flor da pele, e ela quase caiu nessa. Ali ela abriu mão da paixão. Não do amor, da vida a dois, das rotinas gostosas de um casamento feliz, mas da paixão que a fazia perder o controle. Ela não queria essa onda de sentimentos em que ou você é o mais feliz e realizado dos seres, ou o mais miserável; ou está vendo um pôr do sol aos prantos de tanto amor, ou está num canto do quarto comendo os cabelos e queimando fotos.”

“Escolher esmalte, profissão sabor de pizza, cadeira de cinemas vazios, lugar em ônibus que tem duas pessoas – tudo isso é uma tortura tão insuportável que você fica presa num limbo da liberdade excessiva, com a sensação de que sua vida vai parar ali e que dali não tem como sair. É uma dificuldade tremenda sair de uma situação de escolha sem pensar no que você não escolheu. ”

 

Foto de reprodução retirada dosse site

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