Um momento trágico na sua vida é quando você se dá conta que seu julgamento sobre as pessoas e seu comum questionamento do porquê elas estão solteiras vai por água abaixo. Por exemplo, você repara que aquele cara está em toda balada, sai todo final de semana, não tem um lugar na vida que você vá e ele não esteja e que, ainda assim, anos se passam e você nunca o viu namorando. O que isso quer dizer? Que ele tem algum problema, certo? Bom, na verdade, quer dizer que você é tão encalhada quanto ele, afinal, para vê-lo tanto só estando há tanto tempo assim solteira também e, pior, em farras. Legal, né? Toda perspectiva que tem de si mesma; que é uma moça de família, que é pra casar, que vale a pena namorar, não passa de sua própria farsa pra camuflar o fato de que você também tem algum problema já que não namora com ninguém. Uma vida baseada em “Caramba, eu sempre fui o problema!” A verdade é que se você pensa muito assim como eu ou bebe tanto quanto eu, já deve ter alguns critérios para avaliar as Pessoas De Balada. Se não tem, bem-vindo ao meu fantástico mundo de neuroses!

A primeira coisa que devemos analisar são as diferenças existentes entre o Homem da Balada X Mulher da Balada:

Se você está procurando um marido, está no lugar errado. O homem da balada é um bicho solto, primitivo, machista e que não está à procura de relacionamento. Fui muito direta? Preconceituosa? Ou, simplesmente, amargurada? Tudo bem, vamos com calma. Pense por um minuto “Quantas pessoas que você conhece namoraram com alguém que conheceram na balada?”. Veja bem, falo de pessoas que não pertenciam ao mesmo ciclo que você e nem eram amigas de seus amigos. Falo daquelas pessoas que nós sempre pensamos que vamos conhecer ao sair de casa, a famosa “carne nova” e que vão mudar nossas vidas, se apaixonar por nós e nos tratar como verdadeiras rainhas. Do nada. A esperança é a última que morre. Nesse momento, você deve estar tentando se justificar ao pensar nas boas pessoas que ficou e conheceu na balada. Ok, vocês ficaram, mas namoraram? Não. Eram boas pessoas, você gostava delas. Mas namoraram? Não. Um caso específico foi de um relacionamento que ficou muito sério, você gostou muito dele, ele gostou muito de você, mas ficou saturado sei lá porque e aconteceu o que sempre acontece: a vida. E essa história durou anos e você, talvez, nunca tenha vivido nada igual. Mas vocês namoraram? Não. E qual é o fator em comum do fracasso das relações? A balada. Ou você, mas não vamos levar para o lado pessoal.

O cara quando está na balada ele não está interessado em conhecer alguém para se envolver, ele está ali porque quer a maior putaria, balburdia, algazarra e pegação. É simples. Claro que ele quer ficar com alguém, afinal, no fim das contas é sempre esse o objetivo da noite, mas isso não quer dizer que sequer seja uma só a noite inteira ou que seja alguém que lhe interesse para as outras noites. Na verdade, o Homem da Balada é o tipo mais conhecido de cafajeste porque ele 1) fica com qualquer uma se for fim de festa, 2) dá prioridade para aquela garota que puder levar para a casa, 3) pode ter namorada e estar ali escondido e mesmo assim, ficar com alguém. Em outras palavras: não confie em Homens da Balada.

Outro fator decisivo é que, cá entre nós, embora os homens sejam o sexo frágil e as mulheres tenham o domínio e poder de controle da relação, no início de um relacionamento elas são, simplesmente, marionetes. E verdade seja dita: a mulher não está na balada porque ela quer a putaria. Ela está pra conhecer esse cara surreal, se envolver com ele e fazê-lo deixar de ser um Homem da Balada. Ou seja, a Mulher da Balada é praticamente obrigada a viver nesse ciclo de embriaguez, roupas justas e hematomas vindos do nada para que um dia alguém a leve à sério. O que ela não percebe é que entre uma amnésia e outra, há sempre a impecável memória das fofocas que retratam fielmente seus passos para que seja condenada posteriormente. Acaba se tornando um ciclo vicioso em que: ele sai pra farrear, ela sai atrás dele, eles ficam, se arrependem, brigam, ele sai pra farrear, ela sai pra esquecê-lo, fica com outro que conhece ele do jardim de infância por coincidência, eles ficam, se arrependem, brigam, fazem as pazes, ele sai pra farrear, ela sai procurando outra pessoa, eles se veem, ficam, se arrependem, brigam, fazem as pazes, ele sai pra farrear, ela sai atrás dele(…) O que quer dizer que o Homem da Balada sai pra se desapegar e a Mulher da Balada sai pra se envolver.

Qual seria a solução; não sair mais de casa? Bom, aí nesse caso sempre contra argumentamos: em casa é que não será possível conhecer alguém mesmo! Então, o que está errado? Você não está andando no lugar certo, é isso?

A verdade é que não existe essa de lugar certo, como também não existe essa de “quem não é visto, não é lembrado”. Ser lembrado como apenas um rosto conhecido por quem sequer se lembra como chegou em casa não é um mérito a se gabar. A maior parte das mulheres passa mais tempo se perguntando como se vestir pra agradar ou quais os lugares que devia andar ou se aquela criatura que ela acabou de conhecer vai concordar em ter os três filhos que ela sonha e esquece-se de que há muito mais pra ser vivido sozinha do que um relacionamento pode proporcionar. Vai atrás de uma lavagem de roupa, de aprender uma nova língua. Vai ocupar essa mente ociosa pra lhe tirar da cabeça que a felicidade está em outra pessoa. Francamente, o segredo é desapegar. Nessas horas, pode ter certeza da funcionalidade da Lei de Murphy que diz que quanto menos você estiver interessada em alguém, mais ainda se interessarão por você, então, ao invés de sair à caça de um macho alfa pra marcar território, saia pra se divertir e deixe que o dito cujo te encontre. Nada que ninguém nunca tinha ouvido antes, certo? É claro que é difícil seguir seus próprios conselhos ou se tornar alheio ao sentimento vazio que lhe tortura numa manhã de ressaca. Se não está satisfeita com a vida que leva, de duas, uma: mude ou se conforme. O que não vai adiantar é se lamentar pelas escolhas erradas que fez em lutar por pessoas que notavelmente não estavam tão interessadas quanto você porque eram pessoas de Balada. Antes de culpa-los por suas atitudes ou até mesmo por sua sinceridade em dizer logo de cara que não queriam nada com ninguém (lembrando que a insistente foi você), repense sobre o que você mesma quer e se para conseguir isso vale a pena continuar com a mesma vida. É aquela coisa; seja a mudança e não espanque alguém por não ter a mudança que você quer. Ou algo do tipo.

2 respostas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *