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Não vou mentir: não tenho pressa de me apaixonar. Eu não quero me perder por ninguém. Sou egoísta, confesso. Mas só eu sei quanto me custa ter força. Relacionamento sério só quero comigo mesma. Ser fiel aos meus sonhos, respeitar meus limites, acreditar nos meus planos e rir dos meus tropeços. Eu gosto de ficar sozinha, é sério. Muita gente não acredita, eu sei. Dizem que é desculpa, que só digo isso porque não tive um grande amor ou nunca me apaixonei de verdade. Inclusive, amigas minhas já desafiaram minha sanidade pondo em dúvida tudo que eu sou porque não tive as mesmas desastrosas histórias que elas.

Talvez o mais difícil seja se focar em si. Quando eu me deito pra dormir e ele me vem à cabeça, quero desesperadamente seu cheiro, seu toque… Então levanto, me olho no espelho e me pergunto o quanto eu quero de mim e o quanto eu quero ele. Me escolho todos os dias e escondo a falta que ele me faz. Acontece que eu já caí nessa de achar que valia a pena e tive cada pedacinho de mim pairando sob a esperança de que podia ser dele. Teve lá seu lado bom, eu sei disso. Aprendi muito. Mas só quem sabe o que é se ter por inteira consegue entender quanto vale cada fragmento desse.

Mas vou confessar: ando tentando ser forte, pois ser sozinha também cansa. Às vezes, eu quero desabar nos braços de alguém, quero apoio e até quero sofrer, me sentir em frangalhos. Ou simplesmente sentir algo. Mas só às vezes. Na maior parte do tempo, aprendi a fazer da solidão uma aliada. Sou mais focada, mais determinada, mais decidida. Já cheguei a pensar que não tinha espaço na minha vida pra mais ninguém, que eu não tinha tempo para me importar com alguém, mesmo se quisesse.

Talvez eu escolha o caminho mais covarde, aquele me poupa das dores. Mas às vezes a gente precisa dar uns passos para trás antes de seguir em frente. Não adianta insistir em romances falhos e amores tão elásticos que se perdem em sua definição. Já aconteceu comigo uma vez e me pegou de surpresa. A gente não imagina quem vai mudar nossa vida ou, quando supomos, investimos nas pessoas erradas.

Pra ser franca, falta mesmo um grande amor na minha vida ou uma paixão verdadeira. De amores pequenos, rasos e paixões passageiras, estou cheia. Nesses casos, estar sozinha se faz um completo alívio. Vou de encontro a minha paz de espírito e fico. Sem arrependimentos. Não acho que valha a pena lutar por pouco, se doar por menos, se entregar sem reciprocidade. Não acho que tudo aquilo que faz o coração bater simplesmente valha a pena. Às vezes, é só saudade. Às vezes, é só vontade. Mas nem toda falta que se faz é amor de sobra.

Melhor nem se preocupar, sabe? Cedo ou tarde, a gente se esbarra outra vez e enquanto isso, travo uma batalha interna em que às vezes venço e às vezes me perco. Faz parte. Estou à procura do melhor de mim, e ninguém pode me achar em meu lugar. Nada me vale mais do que isso, portanto, deixo a paixão de escanteio. Não vou me envolver com quem não me merecer. Pensando bem, não é covardia coisa nenhuma. A gente precisa é se amar muito, se valorizar muito, pra poder se desapegar de quem não nos acrescenta.

Eu fiz a minha escolha. Tenho ciúmes de mim mesma, sabe? Quero cuidar primeiro de mim, me ver crescer, me orgulhar das minhas dores, de antigos amores. E se no meio do caminho eu encontrar alguém que me respeite, e não, que tente me mudar, posso até me dividir. Por enquanto, eu só quero ficar sozinha. Comigo. Sei lá, talvez você não me entenda, mas só eu sei o tempo levei para aprender a gostar de mim.

 

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