Como eu gosto de liberdade. Gosto tanto que, às vezes, deixo-a de lado para ancorar meu coração. Sei que os portos são seguros. Mas os navios foram feitos para navegar.
Não falo da liberdade limitada, que muita gente usufrui. Falo daquela que nos eleva o espírito, que nos traz paz. Estar bem consigo é a premissa básica para entender que liberdade vai além de poder estar com qualquer pessoa em qualquer lugar sem satisfação alguma à alguém.
Inevitavelmente nos prendemos a várias coisas, situações, lugares. É o trabalho, é a cidade, é aquele apego que confundimos com amor. Vamos indo e empurrando com a barriga todas as pequenezes que nos acumulam medos e acomodações.
Ser livre não é um dom divino, não há caminho, não há roteiro, tampouco um mapa. Ser livre é fazer escolhas boas e gozar disso. É fazer escolhas ruins e não se crucificar, mas aprender. Ser livre é amar todos os corações, é acariciar os traumas em vez de cutucá-los. Frequentemente, ter fé na humanidade, é perdoar a si e o outro, os outros.
Ser livre não é apenas pegar uma mochila e sair sem rumo. É ter um caminho sem precisar de GPS, pedir orientação no meio da estrada e sorrir em forma de agradecimento. Escutar conselhos e optar por aquilo que vai lhe arrancar sorrisos.
Ser livre é poder voltar atrás mas saber que a frente te espera. É pés com pés, mãos dadas, conversas bobas. É  pizza amanhecida, é fazer o que se gosta. É encontrar tempo e perder tempo também. É riso frouxo, lágrima sincera.
Liberdade é coragem. Coragem de ser exatamente como é, coragem de abrir mão, de mudar, se reinventar. Coragem para sentir medo e pedir colo, para sentir carência e denunciá-la. É valorizar as vindas e respeitas as idas. É navegar em mares desconhecidos e voltar ao porto, sempre que necessário. 20140606-121005-43805176.jpg

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