cabelo-verde

Querido quase amor da minha vida,

Na última vez que nos falamos, você me perguntou o porquê de eu ter insistido tanto tempo na nossa meia dúzia de linhas mal escritas e eu não soube o que responder. Mas a resposta era óbvia. Eu fiquei porque te amei. Amei você com cada borboleta que nascia no meu estômago a cada vez que você me contava uma piada que eu não entendia. Eu amei você quando você não soube o que queria e continuei te amando quando você voltou três dias depois tão inseguro quanto antes. Eu amei você durante todas as tempestades que você chovia em mim e amei mais ainda quando soube das suas imperfeições. Eu te amei na primavera e continuei te amando no inverno. Eu amei você por cada vez que você me deixou conhecer quem você realmente era e por cada vez que você segurou minha mão, mesmo que nossas mãos não se encaixassem tão bem assim. Você me entende agora? Eu amei você com todos esses corações que eu queria não ter e queria que você tivesse feito o mesmo. Queria que você tivesse te amado da mesma forma que eu te amei. Porque você era tão lindo por dentro que toda vez que eu te abraçava, eu esperava poder abraçar seu avesso também, porque o seu sorriso era poesia que eu lia de olhos fechados. Porque você foi tempestade enquanto eu era só garoa e foi furação que levou pedaços de mim, mas que não me deixou desistir de me encontrar de baixo dos escombros. Você foi eternidade em meio as minhas frações de segundo. Porque você foi verso livre diante dos meus sonetos. E você foi. Foi porque tinha que ir, porque não precisava ficar. Foi porque duramos o tempo suficiente para preencher os espaços vazios que vínhamos trazendo na alma. Foi porque já tínhamos escrito nossa meia dúzia de linhas e não se faz livro com apenas um parágrafo. Foi porque éramos bons juntos e como costumávamos insistir, éramos melhores ainda separados. Eu sinto muito por conjugar nossos tempos no passado, mas é a minha parte preferida sobre nós dois agora. E obrigada por ter em empurrado na direção dos meus sonhos e por todas as noites de insônia que me fizeram escrever.

Com todo amor do mundo, que ainda tem um pouco de você,

Eu.

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