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Se a gente não controla as velas das próprias decisões naufraga na esperança de fazer em outro peito seu porto seguro. Tem gente que não sabe o que quer ou, pior, nega a sorte de quem tem ao lado e nos deixa a mercê de suas escolhas. Põe um pé dentro e o outro fora, como se fosse nossa responsabilidade valer o suficiente pra tê-lo por inteiro. Mas é impossível estar em duas vidas ao mesmo tempo, e a convicção de ir ou de ficar não é a favor da nossa vontade. Não importa o quanto nos esforcemos, pra quem não sabe a onde ir, qualquer lugar será o bastante. É melhor que vá embora de uma vez do que permaneça pela metade.

Ninguém merece um relacionamento gangorra: em um dia se declara, no outro, se despede. Se envolver, tentar e falhar não é a receita de bolo para o sofrimento. É a vida, faz parte. Mas partir aos poucos é como arrancar um tiquinho de nós a cada dia. É pura covardia. E dói de forma incessante por não sabermos em que momento cruzamos suas certezas de que valíamos a pena, e por isso nos culpamos. Não se ama hoje e se esquece completamente no dia seguinte. Se não for uma constante aliada às tentativas não foi amor. E nunca poderá ser. Quanto a isso, tudo bem. Se todas as pessoas que passassem por nós fossem especiais, não haveria uma sequer que lembraríamos com sincera falta. Portanto, o que cabe a nós mesmos é decidir a importância de cada uma para não investirmos tempo nas erradas. Não é uma artimanha que se aprende da noite para o dia, confesso. É um processo de autocontrole pra não titubear toda vez que o comodismo se disfarçar de saudade. E também compreende uma porção de conflitos internos e apertos no coração.

Mas é muito melhor do que se deixar maltratar com quem não merece nos ter. Porque, no fim das contas, se trata apenas de uma coisa: se você precisa provar frequentemente que vale a investida de tempo, a atenção em dias corridos e a memória ao seu lado da cama, então, essa pessoa que te faz competir contra sua insegurança já não te merece. Portanto, está nas tuas mãos decidir: você vai ou fica? Temos que ter a iniciativa de partir de meias vidas que nunca nos deram amor por inteiro.

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